para aliviar a rotina de clichês
emanados por avatares robóticos
que, infelizes, distorcem o que há de inaugural
no dia a dia
depois da esquina,
atrás do muro,
da cortina vizinha
e no interior da casa escondida
lugar de bocas, línguas, suor, saliva
e beijos flutuantes
atiçados por você
derretido
ora por cima do sofá,
ora por cima de mim
que evaporo
sublimo e chovo
o caos sagrado de todo dia
que transforma desbunde cego em fascínio nu
que transforma desbunde cego em fascínio nu
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