12 de janeiro de 2014

Quebrante

No vagão gelado do metrô
todo espaço se preenche de falta
e percebo
que algo se perdeu de mim
pois ouso flutuar corpo afora

tomada por um pavor de nao conseguir mais voltar
agarro-me pelos braços,
pescoço,
estômago,
músculos
e nervos

que se recusam à sensação entorpecente de medo
e permanecem orgânicos, trêmulos
apesar da consciência que se desfaz,
encontra a morte,
se arrepende do passeio funesto,
e retorna cabisbaixa ao seu sensorial e limitado lugar
no assento duro do trem alheio.

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