12 de dezembro de 2011

maravilhas armazenadas no espaço etéreo no meio do nada

Palavras soltas no ar e você não escutou nada do que foi dito
o olhar fixo na tela do smartphone                                 objeto prático que carrega toda uma vida,
16GB dão conta
memória pra caceta organizada em pastas de fácil consulta ao que não se lembra, a fim de não ter que lembrar de nada
                                                                        assim, sim!
palavras soltas no ar soam como um zumbido
a atenção continua toda presa nas palavras da tela
digitadas por alguém que você não sabe onde está.  ainda bem!
porque é bom ter privacidade

Mas o ser falante ao seu lado é impossível de digitalizar e guardar em uma pasta organizada
pra só olhar quando quiser                                       e se quiser...
jogar na lixeira virtual! essa linda invenção de sumir - para sempre e irrecuperavelmente -  com aquilo que não se quer mais, de maneira muito sustentável sem agredir o meio ambiente nem o meio digital.
sem sujeira, sem aborrecimento

Mas o ruído de gente continua. alguém resolve FALAR com a boca
que preguiça!
como resumir "força da falta de hábito"? porque é isso o que procuro pra expressar essa minha incapacidade de ouvir
"força da falta", um sentimento atual. compartilhado por todos os que estão conectados pela rede.
a Falta come espinafre o dia inteiro sem parar

Um esvaziamento do ser para encher de bits fantasmagóricos o não ser na internet

- e Heráclito e Parmênides se reviram no que sobrou do orgânico por conta dessa mediocridade do ser neste sítio divagada.

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