coisas
espalhadas pelos cantos
em cima da mesa
da cadeira
nunca dentro das gavetas
eventualmente no chão
apesar de amassadas
torpes
desgastadas
abandonadas
está tudo sempre a mão
nunca preciso abrir as gavetas
dobrar o desdobrado
arrumar o desarrumado
me preocupar com organização
a minha volta o caos se expande
eu me expando por identificação
e seguimos descontrolados
dançantes
sabidos de que não há um lugar específico para cada
nada
ou coisa de verdade
o que resiste
é uma tentativa
feia, bem feiosinha
de tornar a existência mais ordenada
limpa
segmentada
mas ela não é!
ela só é bonita e selvagem mesmo.
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