15 de agosto de 2011

devoradores de almas

a rua toda apressada
não olha para os lados, não olha para ninguém
e entre empurrões furiosos
daquilo que tem urgência
a falta de tempo ri
com todos os seus dentes
carnivoros de gente
que se perde, se perdeu
de tanta porrada nos trajetos indelicados.

correr,
ao meio dia,
não sobra nada para o almoço
alguém te roubou!
e você nem percebe de tanto que corre.
alguém te engana...
e você acredita nas promessas da infância
alguém te engana e comeu seu almoço!
devorou o seu dia
devorou sua vida
aquela que fazia sentido
e agora você vive iludido
acredita no açúcar,
usado para adoçar o gosto ruim

você se perde
no meio de tanta confusão
insatisfação e falsas conquistas
e tudo vai apodrecendo
mas você está amortecido!
e busca, busca, busca, busca, busca, busca...
faz sua parte
e se orgulha por não ser nada daquilo que
imaginou pra si

eu não acedito em açúcar
porque piora o gosto ruim
então vou andando por aí,
sem saber o porquê dos empurrões.

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