4 de maio de 2011

Calma! É só um poema indignado que não pretende fazer sentido

Tem gente que não ousa suar
não gostam de feder

uma gente de vida fictícia
de página personalizada,
em um mundo
limpo, fácil, razoável,
absolutamente manipulável
insensível. seguro. virtual.

tenho calafrios
desses espectros

cadê a língua deles?
aquela que dá voz a palavra, que lambe que beija e que ajuda a cuspir
sabe?
você já ouviu alguém digitar sobre isso, né?

não consigo ouvir
aquilo que não dizem mas pensam
assim:

"o que eu vou mostrar do que eu não sou hoje?"

"deixarei de ser orgânico
assim o lixo do qual preciso me livrar não denunciará nada.
esse tipo
não fede."

mas,

como não se desvira orgânico nem se matando,
para não mostrar sua sujeira tem cagado para dentro de si.

gente de cara opaca e olhar torto.
é o parasita humano
comendo o que pinga do suor alheio.

2 comentários :

  1. Cadê o botãozinho 'curtir'? So good!
    Que vida fácil o virtual proporcionou às rêmoras mascaradas que "aqui fora" são, no máximo, camarões-limpadores.

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