por trás do sorriso
largo
de dentes grandes
amarelados pelo café
se contrai
ardido
um estômago
que não sabe digerir
e
um
fígado distraído
por algumas taças de vinho
para não ter que
fazer o seu trabalho
miserável
de processar as
emoções
que insisto em engolir
então
algumas
vazam
e
outras
apenas correm impacientes pelas
veias
nervos
e todas essas estradas que existem em nós
até que
param
e
superpovoam
as minhas mãos
irrequietas,
cheias de nós e linhas estranhas que eu não sei ler
elas
só
se acalmam
quando o meu polegar oponível
(que certamente não evoluiu para isso)
pinça mais uma taça de vinho
e dá continuidade ao ciclo
da
fuga
sem fim
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